O cuidado com a nossa saúde e a de todos está intimamente ligado ao acesso ao conhecimento e à informação. Por isso, nos dias de hoje, ganha cada vez mais força o conceito de literacia em saúde. Todas as escolhas que fazemos no dia-a-dia influenciam a nossa saúde e, desse modo, todas as decisões devem ter por base informação sustentada e credível.
De acordo com o estudo sobre “Níveis de literacia em saúde” da Direção-Geral de Saúde, com recolha de dados entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, a maioria das pessoas inquiridas, 65 %, foi classificada com um nível suficiente de Literacia em Saúde e apenas 5 % com um nível excelente. Por outro lado, 7,5 % foram classificadas com um nível inadequado e 22 % das pessoas foram classificadas com um nível problemático. São valores genericamente positivos, mas que alertam para o longo caminho que ainda há a percorrer no que respeita à promoção do conhecimento em saúde.
A saúde é um tema transversal à nossa existência e está intimamente relacionada com a nossa vida em comunidade. As nossas ações individuais têm impacto na saúde de todos e é fundamental que tenhamos consciência desta realidade.
Neste sentido, a Valormed, uma sociedade sem fins lucrativos e a entidade responsável em Portugal pela gestão dos resíduos de embalagens vazias e medicamentos fora de uso e de prazo de origem doméstica, está atualmente a veicular uma nova campanha de alerta para a importância da entrega destas embalagens nos pontos recolha existentes nas farmácias e parafarmácias.
Apenas cerca de 20 % dos medicamentos colocados no mercado são recolhidos, valor que reflete a necessidade de consciencializar a população para a necessidade da entrega dos resíduos das embalagens e medicamentos fora de uso e de prazo no sítio certo. É que quando são colocados no lixo ou despejados através dos esgotos domésticos vão contaminar os solos e as águas, prejudicando seriamente o ambiente e comprometer o futuro do planeta. E a nossa saúde está intimamente dependente da saúde do planeta, que constitui um suporte base para a vida.
Guardar em casa medicamentos que já não são necessários ou ultrapassaram o prazo, os quais são muitas vezes novamente utilizados sem aconselhamento médico (automedicação) e causadores de acidentes (atingindo principalmente as crianças), são atos que por si só constituem um perigo para a saúde pública. É por isso fundamental, respeitar a prescrição como prevenção e manutenção da saúde, mas também é urgente que todos saibamos o que devemos fazer aos resíduos dos medicamentos.
Na celebração desta efeméride, recordamos que o futuro é feito de vida e que esta está intimamente ligada à saúde global do planeta que habitamos. Neste dia em especial, mas também nos restantes dias ao longo do ano, aceitemos o desafio da OMS e tomemos decisões informadas sobre a saúde a que temos direito. A nossa saúde agradece e o planeta também.
