Na Medicina, tudo muda depressa. Aquilo que hoje consideramos boa prática, amanhã pode já estar desatualizado. Novas descobertas, tecnologias emergentes, abordagens inovadoras, tudo isto transforma constantemente o modo como cuidamos dos nossos doentes. Por isso, é cada vez mais claro que a formação contínua dos profissionais de saúde não é uma opção, mas uma necessidade.
Médicos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, entre muitos outros, deparam-se hoje com o enorme desafio de se manterem atualizados num mundo em constante mudança. Isto significa ir além do conhecimento técnico da sua área e estar atento ao que de novo surge no universo da saúde, para poder oferecer os melhores cuidados de saúde possíveis.
A formação contínua é a chave para essa atualização e o mecanismo que nos permite transformar a teoria em prática, adaptar condutas clínicas e melhorar resultados. Na realidade, a formação traduz-se em decisões mais seguras, respostas mais eficazes e no reforço da confiança dos profissionais de saúde na sua prática.
Mas a formação contínua não se resume a somarmos créditos ou cumprirmos requisitos legais. A verdadeira formação tem de ser vista como um investimento no crescimento pessoal e profissional. Ir a congressos, participar em workshops, fazer cursos práticos ou até discutir casos em reuniões clínicas informais, são momentos fundamentais para aprender novas abordagens e tratamentos, aprimorarmos o nosso desempenho e mantermos a ligação à realidade da nossa profissão e aos desafios que ela nos coloca.
Temos desafios muito importantes pela frente. O envelhecimento rápido da população e o aumento das doenças crónicas mudaram o perfil dos doentes que acompanhamos. Hoje, é cada vez mais raro tratar “uma só doença”. Habitualmente lidamos com múltiplas patologias, histórias de vida complexas, contextos sociais difíceis e, não raramente, cuidadores igualmente em sofrimento. A gestão destas situações exige muito mais do que apenas conhecimento técnico: exige empatia, capacidade de comunicação e trabalho em equipa capaz de garantir um cuidado global e eficiente para os doentes e cuidadores.
É aqui que entra a multidisciplinariedade que, apesar dos seus indiscutíveis benefícios, enfrenta desafios significativos. Trabalhar em equipa com diferentes especialidades nem sempre é simples porque faltam tempo, ferramentas, espaço para reuniões conjuntas e, por vezes, uma linguagem comum, o que pode gerar confusão, sobrecarga de informações, repetição desnecessária de exames e, em última instância, causar atrasos na resposta ao doente.
Para mudarmos esta situação, temos de começar pela base, isto é, pela formação e pela cultura organizacional do sistema de saúde. Só a formação nos dá as ferramentas para colaborar melhor, comunicar com clareza, conhecer os limites e as mais-valias uns dos outros. A formação contínua deve, portanto, incluir componentes que abordem essas questões, ajudando os profissionais a trabalhar em equipa.
É precisamente este espírito que iniciativas como o Update em Medicina promovem. Uma reunião médica pensada para quem está no terreno, que cruza especialidades, que fala a linguagem da prática clínica, e que responde aos desafios reais do nosso sistema de saúde. Aqui, não se fala só de teoria, fala-se de casos clínicos, de dúvidas comuns e de soluções práticas, entre pares.
Mais do que um evento, o Update é, atualmente, um ponto de encontro. Um espaço onde se atualiza conhecimento, mas também onde se partilham experiências e se constroem pontes entre diferentes áreas. Mas não se fica por aí: os cursos certificados pela DGERT, promovidos pela Academia Update em Medicina, têm sido um verdadeiro motor de capacitação prática. Seja na cessação tabágica, nas urgências médicas ou em temas como o risco cardiovascular, e muitos outros, os profissionais saem destes cursos com ferramentas reais para aplicar no dia seguinte no seu local de trabalho.
Este tipo de formação faz toda a diferença porque a medicina de amanhã não será uma prática isolada, mas uma abordagem integrada, centrada no doente e apoiada por uma formação contínua de qualidade. Ao investir na formação contínua, como a proporcionada pelo Update em Medicina, os profissionais de saúde ganham autonomia, segurança e eficiência, o que se traduz em cuidados de mais qualidade para o doente e um sistema de saúde mais eficiente.
O Update em Medicina pretende continuar a ser um bom exemplo de que a educação contínua que aposta na interação entre especialidades é a chave para uma medicina humanizada e eficaz.