O papel do enfermeiro de família na USF

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21/03/13

Os cuidados de saúde primários têm sofrido muitas alterações nos últimos anos e, apesar da mudança não ser fácil de aceitar, quer para os profissionais, quer para os utentes, a verdade é que se verifica na saúde uma maior acessibilidade, qualidade e responsabilização dos cuidados prestados.

 
O modelo organizativo das USF's trouxe uma maior autonomia, coesão e responsabilização das equipas multidisciplinares. O trabalho por objetivos e indicadores veio, juntamente com a informatização e quantificação de atividades, dar uma visibilidade ao serviço prestado, até então impercetível.

A enfermagem centra os seus cuidados na família, como um todo, assim como nos seus membros individualmente, potencializando as forças, recursos e competências da família.

A família, enquanto unidade de cuidados, requer intervenções de enfermagem, no sentido de dar resposta às necessidades identificadas, visando a promoção do funcionamento efetivo do sistema familiar.

As intervenções centram-se nos processos de mudança inerentes às transições normativas ou acidentais (ex.: crise conjugal, negligência, gravidez indesejada, membro da família hospitalizado, alterações do rendimento familiar, morte de um familiar, transição desenvolvimental, etc.)

Os cuidados de enfermagem à família centram-se na interação entre enfermeiro e família, o que implica o estabelecimento de um processo interpessoal, significativo e terapêutico. Os cuidados de enfermagem têm por finalidade a capacitação da família a partir da maximização do seu potencial de saúde, ajudando todos os seus elementos a serem proativos no tratamento e manutenção da sua saúde.

Os enfermeiros das USF's prestam cuidados às famílias no decorrer das diferentes fases do ciclo vital ao nível da prevenção primária, secundária e terciária, mas obviamente não o conseguiriam sem a ajuda de uma rede de cuidados como a que se tem vindo a tentar implementar (apesar de nem sempre ser bem compreendida), onde a colaboração com outras unidades é fundamental.

Até agora, as mais conhecidas seriam os centros de saúde e o hospital, mas agora temos uma maior resposta na comunidade, como é o caso das Unidades de Cuidados na Comunidade, para onde são referenciadas as pessoas que necessitam de cuidados específicos quer ao nível curativo, quer ao nível de reabilitação (ex. um utente que necessite de tratamentos mais que uma vez por dia, cuidados específicos de reabilitação, etc.) e até a própria Saúde 24, onde uma orientação profissional é dada a qualquer hora do dia e da noite e que fica à distância de um telefone.


Maria da Conceição Braga
Enfermeira especialista em Saúde Comunitária, USF Canelas

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