A Prof.ª Doutora Maria José Sá refere que a esclerose múltipla afeta cerca de 70 indivíduos em cada 100 mil habitantes em Portugal. Apesar de ser uma doença rara, tem um forte impacto na vida do doente, sendo essencial a sua identificação e referenciação. Assume, que o processo de rastreio não costuma ser demorado, apesar de alguma ambiguidade nos sintomas mais ligeiros, mas que os serviços têm conseguido dar uma boa resposta. Isto deve-se, sobretudo, ao aparecimento de sinais da doença em indivíduos jovens, que habitualmente são incomuns nesse grupo etário.
Afirma que é importante aumentar a literacia e estar atento ao sintomas mais claros como perda de visão súbita ou visão dupla, formigueiros intensos, perda de força numa perna, fadiga, entre outros, que se revelam preponderantes para a identificação da patologia. Existem diferentes tipos de esclerose múltipla que variam com a idade e os sintomas, e é necessário estar apto para os referenciar e diferenciar.
Sendo uma doença heterogénea, diferente de caso para caso, a multiplicidade de sintomas e manifestações pode dificultar o diagnóstico. Após este processo, os doentes são seguidos numa rede de cuidados exclusiva para a esclerose múltipla. No entanto, a diretora do Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar de São João reitera que existe a necessidade de centros de referência e, à semelhança de outras áreas de Medicina, a criação de um registo nacional de doentes para que se saiba detalhadamente o número de pessoas que sofrem da patologia, e como fornecer um melhor acompanhamento. Considera que é difícil responder qual é o melhor método terapêutico, mas declara que existe um "refinamento" do tratamento da esclerose múltipla, em Portugal.