News Farma (NF) | Que balanço realiza de mais uma edição do Update em Medicina? e dos Workshops pré-congresso?
António Pedro Machado (AM) | Este ano, mais uma vez, o Update em Medicina teve um programa forte e diversificado, na senda da tradição das edições anteriores, abordando uma ampla gama de tópicos médicos atuais, por forma a responder às necessidades presentes e aos desafios futuros que se antevêem. O balanço desta edição reflete a avaliação muito positiva que os participantes fizeram da qualidade das sessões e da relevância dos tópicos abordados deixando claro o desejo de voltarem no próximo ano. Nada mais gratificante.
Como é habitual os Workshops pré-congresso trouxeram vários temas inovadores, dirigidos às necessidades formativas atuais. Foi abordada uma ampla gama de tópicos médicos e não médicos, nomeadamente de Gestão Integrada em CSP, que despertaram grande interesse junto dos participantes. Fica a promessa de em futuras edições prosseguir a atualização em áreas formativas tradicionais e simultaneamente inovar explorando novas áreas de interesse.
NF | Quais foram os principais temas e tópicos abordados desta edição?
AM | Os temas e tópicos desta edição do Update foram selecionados de acordo com a sua relevância e o histórico dos programas anteriores. Também os simpósios, da responsabilidade da Indústria Farmacêutica, foram ricos de conteúdos formativos em sintonia com os temas das sessões, com as quais se completaram.
Na área da articulação e integração de cuidados, deu-se destaque ao telerrastreio dermatológico, à referenciação de doentes com hipertensão pulmonar, à interpretação das provas de função tiroideia e às estratégias de prevenção primária e da progressão da doença renal.
A saúde infantil e juvenil foi contemplada com uma sessão (“Recomendações para o tratamento das Infeções Respiratórias e ORL da criança) e um workshop (“Desenvolvimento infantil normal e fatores de alerta”). A saúde da mulher foi preenchida com uma sessão sobre queixas agudas do trato genital inferior. A Infecciologia, outra área residente, versou as infeções urinárias não complicadas e complicadas do adulto e as colonizações, com foco na pielonefrite aguda.
O exercício da arte do diagnóstico diferencial está patente na sessão “CSI Albufeira: se apenas pudesse requisitar um exame para o diagnóstico diferencial, qual seria a sua escolha?” que desafia os participantes a identificar, num determinado contexto clínico, o exame complementar mais informativo (exame chave) para o diagnóstico diferencial.
Durante a sessão “Que futuro para as guidelines da hipertensão” ficou muito clara a necessidade de novas guidelines que reflitam o conhecimento científico contemporâneo.
A Neurologia não foi esquecida nesta edição que teve uma sessão sobre “Semiologia Neurológica Essencial Ilustrada”. O “Fórum Sexualidade e Saúde (Parte 2): Orientação Sexual e Identidade de Género” foi outra sessão de excepcional qualidade numa área de grande complexidade que muitos médicos ainda não dominam.
NF | Como descreveria a participação e o feedback dos profissionais de saúde durante o evento?
AM | As sessões além de muito concorridas, foram muito participadas contando com uma assistência muito interessada, envolvendo-se na discussão dos temas e colocando questões pertinentes aos formadores. O feedback sobre a atualidade dos temas e sua relevância para a prática clínica, bem como sobre a qualidade das apresentações e a clareza da informação prestada, não podia ter sido melhor.
NF | Quais foram os principais avanços e novidades científicas discutidas durante o evento que vão ter um impacto significativo na prática clínica?
AM | De uma forma geral todas as sessões trouxeram uma novidade ou uma atualização com impacto na prática clínica. No entanto, destacaria alguns temas como a identificação de doentes com hipertensão pulmonar e sua referenciação a centros especializados identificados por nome e contato telefónico (referenciação “fast-track”); as novas armas terapêuticas no tratamento e prevenção da enxaqueca crónica; a discussão dos pitfalls das atuais Guidelines da Hipertensão Arterial e como ultrapassá-los, o diagnóstico e acompanhamento de situações de disforia sexual, um tema complexo e pouco explorado nos CSP, cuja abordagem adequada e sensível pode fazer uma diferença significativa na vida dos pacientes que enfrentam essa condição.
NF | O evento correspondeu às expectativas da comissão organizadora?
AM | O número muito significativo de participantes, demonstrativo do interesse e prestígio do Update em Medicina, aliado ao feedback positivo sobre a diversidade dos temas e a qualidade das apresentações, diz-nos que o impacto do evento nos participantes foi muito positivo. Deste modo, a Comissão Organizadora está muito satisfeita com os resultados atingidos e vai continuar a trabalhar para manter a qualidade de sempre.