Nos dias 8 e 9 de Março decorre, em Viana do Castelo, a 175º Reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), um encontro que junta especialistas da área com o objectivo de debater os miomas uterinos, tumores sólidos benignos mais comuns do tracto genital feminino, e estabelecer as primeiras recomendações clínicas para esta patologia.Como explica a Presidente da SPG, Fernanda Águas: "Os miomas uterinos afectam entre 20 a 40% das mulheres em idade reprodutiva, são uma patologia bastante comum nas mulheres, sendo que só em Portugal se estima que afectem 2 milhões de mulheres. Por isso se justifica a importância desta reunião que junta especialistas da área para definição do consenso, documento que será a base para as primeiras linhas de orientação clinica ao nível do tratamento dos miomas uterinos em Portugal"
No primeiro dia do Encontro, data que assinala o Dia Internacional da Mulher, têm lugar as reuniões para definição do Consenso Nacional para esta patologia, que abordam aspectos relacionados com o diagnóstico, tratamento médico e cirúrgico e casos especiais. O consenso servirá para apoiar a tomada de decisão e a uniformização clínica, bem como garantir a equidade no acesso aos cuidados, no âmbito do tratamento dos miomas uterinos.
No dia 9 são abordados temas como os sintomas e complicações mais frequentes e raros nos miomas uterinos, as causas de hemorragias anormais, o risco de malignização, novas opções terapêuticas para os miomas uterinos são apresentadas as propostas de consenso sobre os miomas uterinos.
"Dores e hemorragias menstruais muito fortes, distensão abdominal com sensação de desconforto, sensação de desconforto no baixo-ventre, dor pélvica e abdominal, obstipação ou dor durante as relações sexuais, micção frequente, incontinência urinária e infertilidade são alguns dos sintomas deste tipo de tumor que afecta entre 30 a 60% da população feminina e é um dos grandes responsáveis pelos abortos de repetição", alerta Fernanda Águas.
O aparecimento do mioma está relacionado com as hormonas segregadas pela mulher, sendo que alguns factores como a idade, história familiar, etnia, hábitos alimentares inadequados ou obesidade, podem aumentar o risco de uma mulher desenvolver miomas. "Os miomas uterinos costumam ter poucos centímetros de diâmetro, mas podem ser mais volumosos e ultrapassar os 15 cm de diâmetro, dando quase o aspecto de uma gravidez de seis meses", continua a especialista.
A maioria dos casos de miomas uterinos são assintomáticos, contudo existem casos em que provocam manifestações que podem variar significativamente consoante a sua localização e tamanho e podem ser responsáveis por alguns problemas que afectam a saúde e a qualidade de vida da mulher.
PROGRAMA
O programa da 175º Reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia pode ser consultado AQUI.
