“O que queremos é trabalhar em conjunto, refletir em conjunto sobre os temas que nos são transversais, organizar e sistematizar as nossas reivindicações porque acreditamos que, em conjunto, conseguimos ter mais peso e mais facilmente atingir os nossos objetivos”, referiu a Dr.ª Maria do Rosário Zincke, presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, uma das organizações envolvidas.
Esta responsável sublinhou que as quatro organizações mantêm a sua autonomia na defesa de cada uma das suas áreas de interesse, pretendendo igualmente defender os direitos das pessoas com doença crónica e cuidadores informais, por meio de um "documento de consenso" para um trabalho conjunto, sendo que o "principal objetivo é melhorar vida do cidadão, com ou sem doença”, acrescentou.
A Rede de Organizações de pessoas que vivem com Doença e Utentes de Saúde pretende ser um fórum de entendimento que abordará temas transversais como o acesso aos cuidados de saúde de qualidade, a literacia em saúde, o diagnóstico precoce eficiente, a capacitação das associações e a defesa da sua efetiva participação nos processos de tomada de decisão.
Além da Plataforma Saúde em Diálogo, fazem parte deste rede a Federação Nacional das Associações de Doenças Crónicas (FENDOC), a MAIS PARTICIPAÇÃO melhor saúde e a RD-Portugal, União das Associações das Doenças Raras de Portugal.
“Vamos reunir-nos sempre que necessário para preparar as nossas posições em relação aos mais diversos assuntos, desde a doença crónica ao cuidador informal e aos direitos dos doentes e [a intenção é] aproximarmo-nos dos decisores políticos, reivindicando o que consideramos adequado em cada momento”, adiantou.
No fundo, explicou, todas as organizações envolvidas acabam por tirar partido do trabalho que individualmente cada uma tem feito e continuará a fazer: “Há determinados aspetos que têm sido mais aprofundados por determinada organização, as outras vão tirar partido desse trabalho”.
“Por exemplo, a FENDOC tem uma proposta para o doente crónico já feita, bem estruturada. Não fazia sentido cada uma das organizações estar a fazer o mesmo de raiz”, explicou.
A MAIS PARTICIPAÇÃO, melhor saúde, ressalvou, “fez um trabalho fantástico que deu origem à carta para a participação dos utentes de saúde, que resultou de um trabalho conjunto de muitas associações e que acabou por resultar numa lei, aprovada na Assembleia da República, que consagra uma serie de direitos fundamentais que têm que ver com a participação do cidadão nos processos de tomada de decisão”.
Fonte: Lusa