Novo biossensor ajuda a combater doenças neurológicas como Parkinson e Alzheimer

07/03/23
Novo biossensor ajuda a combater doenças neurológicas como Parkinson e Alzheimer

Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) desenvolveram um dispositivo que permite detetar concentrações mínimas de dopamina em amostras de baixo volume, ajudando a combater doenças neurológicas como Parkinson ou Alzheimer.

A investigação, publicada na revista científica Journal of Nanobiotechnology, permitiu o desenvolvimento de um "dispositivo inovador" capaz de detetar "de forma precisa" concentrações mínimas de dopamina em amostras biológicas de baixo volume, adianta esta segunda-feira, em comunicado, a FMUP.

O biossensor vai potenciar o desenvolvimento de novos meios de diagnóstico precoce, bem como de monitorização clínica em algumas doenças neurológicas, como Parkinson ou Alzheimer.

Citados no comunicado, os investigadores Dr. Luís Jacinto e a Prof.ª Doutora Patrícia Monteiro esclarecem que a medição das concentrações de dopamina no cérebro é "de grande importância para o desenvolvimento de novos meios de diagnóstico e de terapêutica em algumas doenças do foro neurológico".

"Alterações anormais nos níveis do neurotransmissor dopamina, que desempenha um papel essencial no cérebro humano como a função motora e a memória, podem ter consequências graves e levar a distúrbios cerebrais como Parkinson ou Alzheimer", afirmam.

A sensibilidade do novo dispositivo - baseada em transistores de grafeno - será também importante para a delineação de novas técnicas de monitorização do fluxo de dopamina em modelos pré-clínicos de investigação académica e farmacêutica.

O projeto, financiado em um milhão de euros pela Fundação La Caixa, envolveu uma equipa multidisciplinar de especialistas em Neurociências, Biologia Molecular, Física e Engenharia Física, Engenharia Biomédica e Engenharia dos materiais e Medicina.

Além dos investigadores da FMUP, o desenvolvimento e validação do biossensor contou com a colaboração do Instituto Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) e do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde, da Escola de Medicina da Universidade do Minho.

O projeto "NeuralGRAB", que visa desenvolver uma plataforma bioeletrónica para medir vários neurotransmissores envolvidos em doenças neurológicas, como a dopamina e a serotonina, contou ainda com a participação do Centro de Astrobiologia do Conselho Superior de Investigações Científicas, em Madrid.

Partilhar

Publicações