“Numa altura de festa como é a do Carnaval e numa altura em que muitas vezes há namoros ocasionais ou casuais cumpre-nos passar a mensagem da prevenção e das relações protegidas, dos comportamentos mais seguros”, disse hoje à agência Lusa a presidente da LPCS, Eugénia Saraiva.
Na unidade móvel de rastreios - que abrange os concelhos de Lisboa, Odivelas e Loures - há 89 utentes com VIH, 58 com hepatite B, 67 como hepatite C e 73 com sífilis, referiu a presidente da LPCS.
“Estamos a falar apenas da unidade móvel, e não dos outros projetos, e destes últimos meses, o que poderá assustar qualquer pessoa que olhe e compreenda estes números, portanto a mensagem continua a ser a da prevenção”, vincou.
Segundo a presidente da LPCS, estes números representam um aumento em relação aos outros anos, nomeadamente dos casos de sífilis.
“Não poderei dizer que é uma relação de causa-consequência, mas muitas das pessoas que são recomendadas para fazer a PREP [Profilaxia Pré-Exposição ao VIH] muitas vezes esquecem o uso do preservativo”, alertou.
Eugénia Saraiva realçou que este método de prevenção da infeção pelo VIH “é muito importante”, e deve ser distribuído em maior número, principalmente junto dos casais sorodiscordantes (em que um dos parceiros é portador de VIH e o outro não), das populações mais vulneráveis, trabalhadores sexuais, utilizadores de droga, homens que têm sexo com homens, mas sempre associado ao uso do preservativo, porque não previne as outras infeções sexualmente transmissíveis (IST).
Alertou também para importância do rastreio das IST, sublinhando que o tratamento, além de melhorar a qualidade de vida da pessoa, interrompe a cadeia de transmissão destas infeções.
“O que interessa é que as pessoas percebam que se não forem tratadas adequadamente podem provocar diversas complicações, ter maiores problemas com as coinfecções ou com as infeções que poderão vir a contrair”, afirmou, salientando que o acompanhamento é gratuito no Serviço Nacional de Saúde.
A campanha, que irá decorrer em vários meios, desde a TV, cinema, ‘mupis’ e redes sociais, reúne vários parceiros - McCann Lisbon, Universal McCann, Glimpse VFX, Lightfilm e o estúdio de som Estrela de Alcântara – que se uniram para passar “a mensagem de forma memorável e criativa”, tendo criado uma tipografia original, feita exclusivamente com preservativos.
"Nada melhor do que com humor fazer passar a mensagem de prevenção. Não falar do VIH de uma forma que muitos ainda encaram (…) devemos olhar como uma infeção que hoje tem sucesso no seu tratamento, mas que não tem ainda vacina e a prevenção continua a ser o mais importante”.
“Portanto, nada como o mote ‘Vestirmo-nos bem para estas ocasiões é vestirmo-nos com a prevenção, vestirmo-nos com o preservativo’ e, por isso, associarmos os vários preservativos às várias mensagens de prevenção”, concluiu Eugénia Saraiva.