“Os cancros têm aumentado em pessoas mais jovens, mas a nossa preocupação principal é o aumento do cancro da mama em mulheres com 30 e 40 anos, e do cancro do cólon e do intestino grosso também em pessoas com 40 anos”, explica o diretor do Programa Nacional para as Hepatites Virais.
O cancro do fígado também tem mostrado um crescimento entre a população mais jovem, o que leva a um apelo para a realização de rastreios precoces. Atualmente, recomenda-se que os portugueses com 50 ou mais anos realizem o rastreio do cancro colorretal, mas os especialistas começam a recomendar que se realize aos 45 anos, confessa Rui Tato Marinho.
Enquanto especialista, admite existir várias explicações, mas a obesidade é o problema mais grave de saúde pública, seguindo-se do álcool e dieta rica em carnes vermelhas. “Apesar de várias campanhas, a população está cada vez mais obesa. Nós somos dos países do mundo onde se consome mais álcool por cabeça e começa-se a consumir muito cedo. Isso também é um fator de risco para o cancro da mama e do cólon”, avisa.
O também diretor clínico da Unidade Local de Saúde Santa Maria, em Lisboa, defende que a sensibilização aos jovens sobre os comportamentos prejudiciais devia começar no ensino básico. “Um jovem que tem excesso de peso, que fuma, bebe, vai viver menos 20 ou 30 anos, porque o risco de ter cancro do pulmão, do fígado ou do cólon é mais elevado”, afirma.
As doenças oncológicas são a segunda causa de mortalidade em Portugal. A cada ano são detetados mais de sete mil casos de cancro colorretal, registando uma taxa de mortalidade superior à média da União Europeia (EU), cerca de nove mil novos casos de cancro da mama e cerca de 1 400 novos casos de cancro do fígado.
Fonte: Lusa
