Tendo em consideração que mais de metade das cirurgias de varizes são realizadas por médicos sem formação na especialidade, o grupo de investigadores, coordenado pelo Prof. Doutor Sérgio Sampaio, docente e investigador da FMUP, avaliou o impacto que a formação específica do médico tem nos resultados das cirurgias realizadas às varizes. O estudo mostrou que os pacientes operados por um especialista em cirurgia vascular têm alta médica mais cedo do que os restantes, já que a taxa de hospitalização prolongada é de apenas 3%, contra os 14% no grupo operado por um cirurgião geral. A investigação concluiu ainda que o número de pacientes a necessitar de uma nova intervenção cirúrgica é maior quando o procedimento é efetuado por um cirurgião geral (13,5% vs. 8,2%).
A par da avaliação dos pacientes operados às varizes nos anos já citados, a investigação selecionou ainda 315 doentes para responder a um conjunto de questões acerca da sua satisfação e período pós-operatório. Neste sentido, as conclusões evidenciam uma recuperação mais rápida quando o procedimento é realizado por um cirurgião vascular, já que esses mesmos pacientes faltaram menos dias ao trabalho (média de 27 dias vs. 40 do grupo geral) e levaram menos tempo a retomar a prática de atividade física (41 dias vs. 60 do grupo geral).
É notória a melhoria da qualidade de vida e a satisfação geral em ambos os grupos avaliados, embora existam também casos de insatisfação estética no grupo intervencionado por um cirurgião geral, que revelaram a existência de piores cicatrizes cirúrgicas e um maior número de varizes.
Segundo a FMUP, este terá sido o primeiro grande estudo onde se comparou resultados da cirurgia de varizes realizada por profissionais com ou sem formação específica em cirurgia vascular. A prevalência da doença venosa crónica (DVC) atinge entre 20 e 25% da população portuguesa, sendo o sexo feminino o mais atingido.
Fonte: Universidade do Porto
