O estudo, desenvolvido em parceria com a EY Portugal e com o apoio institucional da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e da Associação dos Profissionais de Serviço Social, identificou 2 342 casos de internamentos sociais, representando um aumento de 8% face ao mesmo período de 2024, o equivalente a mais 178 casos.
Apesar do crescimento no número de internamentos inapropriados, o tempo médio de permanência hospitalar após alta clínica registou uma diminuição de 10%, mantendo-se, no entanto, em valores elevados – cerca de cinco meses.
O barómetro contabilizou ainda 367 498 dias de internamento inapropriado, uma ligeira redução de 3% face à edição anterior. Ainda assim, os dados evidenciam o impacto significativo desta realidade na ocupação prolongada de camas hospitalares e na demora de encaminhamento para unidades de cuidados continuados integrados ou estruturas residenciais para pessoas idosas.
A falta de resposta da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) mantém-se como a principal causa dos internamentos sociais (38%), com maior expressão nas regiões Centro, Alentejo e Algarve. Já a escassez de lares de idosos (29%) tem um peso mais acentuado em Lisboa e Vale do Tejo.
De acordo com a APAH, os internamentos sociais representaram, em março, 11,7% do total de internamentos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com um custo anual estimado superior a 288 milhões de euros, mais 28 milhões do que na edição anterior do barómetro. Só em março, o valor ascendeu a 94 milhões de euros, significativamente acima dos 68 milhões registados no mesmo mês do ano passado.
Para Xavier Barreto, presidente da APAH, “é urgente reforçar a resposta da Rede Nacional de Cuidados Continuados e das Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas, através de soluções articuladas entre entidades no setor da Saúde, da Segurança Social e do setor social”. O responsável sublinha ainda a importância de “capacitar as famílias, valorizando o papel do cuidador informal”.
O estudo destaca também os primeiros resultados de uma portaria publicada em 2023, que permitiu responder a cerca de mil doentes com alta clínica, encaminhando-os para equipamentos públicos, privados ou da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Os resultados da 9.ª edição do BIS foram apresentados esta quarta-feira, dia 16 de abril, no Hospital Fernando Fonseca, na Amadora.
Fonte: Lusa
